AIPOR denuncia falta de estratégia sectorial

Programa do Governo apresenta medidas avulsas para a Construção

10 de novembro, 2009
No programa que apresentou na Assembleia da República, o Governo apontou várias prioridades para relançar a economia. Entre elas estão o apoio às pequenas e médias empresas (PME), a revolução energética e o investimento em Obras Públicas. O apoio às PME surge também como uma forma de estimular o emprego, tal como as Obras Públicas.
Para a Associação dos Instaladores de Portugal (AIPOR), as medidas, apesar de à primeira vista parecerem positivas, não assumem um aspecto fundamental: a existência de uma estratégia para todo o Sector de Construção – que congregue os três poderes envolvidos: Político, Técnico e Associativo –, de onde decorreriam as diversas políticas que interessam ao País.

Do ponto de vista da AIPOR, obras públicas pesadas como o TGV e o novo aeroporto justificam cautelas especiais.
Têm que ser devidamente enquadradas na realidade nacional e responder a duas questões fundamentais: O que se pretende obter com elas e se há meios para as realizar. A essa luz, e desde que fosse previamente gerado o consenso possível dos diversos agentes quanto às políticas, não haveria nenhum drama em atrasar ou adiantar obras de grande dimensão.

O próprio posicionamento do Estado em relação às obras públicas também tem que ser clarificado. “O Governo português tem assumido mais uma postura de dono de obra do que de regulador político. E, enquanto, decisor político, o Executivo tem que traçar um conjunto de medidas dirigidas directamente às empresas”, refere António Monteiro Pinho.

O Presidente do Conselho Geral da AIPOR entende ser também fundamental, na actual conjuntura, o apoio à internacionalização – tendo como países-alvo os que exportam matéria-prima e importam tecnologia –, clarificando o papel da banca e do meio empresarial, numa estratégia específica com esse objectivo.