Açores: Construção Civil pede cumprimento dos prazos de pagamento
Setor diz que há um desequilíbrio dos prazos
8 de abril, 2024
A Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA) defende o «cumprimento estrito» dos prazos de pagamento para que as empresas consigam executar e cumprir com as expectativas dos promotores sejam públicos ou privados.
«Existe um grande desequilíbrio entre aquilo que é o prazo de pagamento por parte dos nossos clientes e aquilo que está a ser exigido no mercado relativamente aos nossos fornecedores», apontou a presidente da AICOPA, Alexandra Bragança, citado pela Lusa.
A responsável falava aos jornalistas na sede da presidência do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), em Ponta Delgada, na sequência de uma audiência com o presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro (PSD), no âmbito da auscultação das antepropostas de Plano e Orçamento para 2024.
Alexandra Bragança sublinhou que é preciso «garantir o equilíbrio da tesouraria» das empresas do setor da construção, assinalando que existem «desafios muito grandes pela frente», nomeadamente a execução dos principais investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) Açores, aos quais se juntarão muito provavelmente, e nos próximos tempos, investimentos ao abrigo do programa Construir 2030.
«E para que as empresas os consigam executar, e cumprir com as expectativas dos seus promotores, sejam os públicos ou privados, será muito importante garantir que os prazos de pagamentos sejam estritamente cumpridos», vincou Alexandra Bragança.
A presidente da AICOPA lembrou que, no caso das obras públicas, «o prazo de pagamento em geral é de 60 dias» e as empresas de construção, para puderem aprovisionar os materiais e equipamentos necessários para a execução da obra, «têm de pagar adiantado grande parte das vezes», o que gera «algum desequilíbrio na tesouraria das empresas».
«É muito importante a preocupação com o cumprimento dos prazos de pagamento não só no preço contratual, mas também no que toca às revisões de preços e aos reequilíbrios financeiros dos próprios contratos», acrescentou.
Outra preocupação expressa pela construção civil, e que tem sido recorrente, é a falta de mão-de-obra no setor e a falta de qualificação.
A AICOPA quer também que a Universidade dos Açores «apoie as empresas no desenvolvimento tecnológico necessário, nos seus projetos e que se envolva ativamente no terreno conjuntamente com as empresas para as ajudar a evoluir tecnologicamente» no sentido de serem disponibilizados no mercado «produtos inovadores que respeitem a sustentabilidade e o ambiente».