Construção vai manter-se em queda

20 de agosto, 2009
Sector da construção
A produção do sector da Construção deverá manter, em 2009, o seu perfil de evolução negativo, prolongando por mais um ano a crise, já demasiado longa, que vem atravessando. A conclusão consta da síntese de conjuntura de Agosto da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), que aponta ainda comportamentos distintos ao nível dos diferentes segmentos do Sector, com uma acentuada quebra na produção, quer de edifícios residenciais, quer de edifícios não residenciais privados, enquanto as actividades associadas ao investimento público, sejam edifícios não residenciais, sejam obras de engenharia civil, mostram um forte potencial de crescimento.
Em termos globais, acrescenta a síntese, a situação financeira das empresas de construção mantém-se francamente negativa, o número de empregados do Sector está a reduzir-se de forma acentuada e o desemprego oriundo da Construção dispara, muito acima da média global.

A nível de indicadores associados ao desempenho do sector da Construção, destaca-se uma quebra, durante o primeiro semestre do ano, de cerca de 18% no consumo de cimento e uma redução para metade no número de fogos novos licenciados para habitação, em igual período, o que vem determinando uma sensível redução da carteira de encomendas das empresas que se dedicam à construção habitacional. Pelo contrário, assiste-se a uma expansão das encomendas em carteira das empresas que exercem a sua actividade no mercado das obras públicas, em resultado de um forte crescimento das adjudicações relativamente ao ano passado.

A síntese de conjuntura analisou também a situação financeira das empresas do sector da Construção a aponta uma degradação de forma significativa desde Setembro de 2008, tendo começado a surgir, desde há 3 meses, alguns sinais menos desanimadores.

Quanto à taxa de crescimento do número de desempregados do sector, ao longo dos últimos três meses, foi muito superior à do número de desempregados da economia (74% e 29% respectivamente), fruto da forte recessão que caracteriza a evolução recente do sector da Construção.
Durante o mês de Julho, os índices de produção FEPICOP relativos à produção de edifícios residenciais e de não residenciais privados acentuaram a tendência decrescente que tem vindo a ser observada e que é o reflexo claro da retracção do investimento privado em produtos da Construção.

No que respeita à construção de edifícios não residenciais públicos, o Índice de Produção FEPICOP registou um ligeiro abrandamento em Julho, não obstante ainda reflectir um forte dinamismo na produção deste segmento.