295.361 desempregados registados em agosto
Assim, os Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas constataram um total de 295.361 desempregados registados em agosto, o que representa 66% do total de 447.251 pedidos de emprego, percentagem que continua a aumentar. A subida do desemprego registado, neste mês de agosto, foi a maior dos últimos 9 anos (nos meses de agosto).
O acréscimo homólogo do desemprego registado foi comum em quase todas as regiões do país, sendo mais intenso o da Região Norte (+6.694 pessoas; +6,0%), o da Região Metropolitana de Lisboa (+5.069 pessoas; +5,3%) e o do Centro (+2.714 pessoas; +7,1%). Apenas houve diminuição do desemprego na Região Autónoma da Madeira (-2.882 pessoas; -28,0%) e nos Açores (-830 pessoas; -14,6%).
Comparativamente ao mês anterior, a situação foi similar, aumentando o desemprego em quase todas as regiões, destacando o aumento do Norte (+5.336 pessoas; +4,7%), da Região Metropolitana de Lisboa (+3.953 pessoas; +4,1%) e o do Centro (+1.225; +3,1%). Houve diminuição mensal do desemprego, também, na Madeira (-167 pessoas; -2,2%) e nos Açores (-9 pessoas; -0,2%). O Norte continua a ser a região com maior número de desempregados registados do país, com 118.502 pessoas nesta condição (40,1% do total do desemprego em Portugal), seguido de Lisboa com 100.911 pessoas (34,2% do total).
«Contrário ao que muitos possam pensar, o aumento do desemprego registado em agosto não se deve ao setor hoteleiro mas sim ao setor das atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio», acrescenta a Randstad.
Apesar das estimativas do INE mostrarem um decréscimo mensal do desemprego em agosto, os dados registados pelo IEFP mostram uma situação diferente.
Segundo os dados do IEFP, os meses de agosto são caraterizados por aumentos do desemprego registado. Em média, nos últimos 10 anos, entre julho e agosto, dá-se um aumento de 5 mil pessoas desempregadas, mas este ano o aumento foi de 11 mil desempregados registados a mais em agosto, quando comparado com julho. E, possivelmente, muitas pessoas pensam que esse fenómeno pode ser explicado pelo término da intensa temporada turística que levaria à perda de vários empregos pela queda na atividade de hoteleira («Alojamento, restauração e similares»).
«Mas a realidade é diferente, pois, embora tenha havido um aumento do desemprego registado no setor da hotelaria em agosto, esse aumento foi de apenas 609 pessoas, o que indica que apenas 6% do aumento do desemprego em agosto está relacionado com esse setor. É possível que, a partir dos meses de setembro e outubro, se possam vir a observar aumentos significativos nos registos de desemprego no setor da hotelaria», refere a Randstad.
Todos os setores assinalaram um aumento do desemprego registado, segundo o IEFP, em agosto, com exceção do setor da «agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca».
Mas, os setores que registaram os aumentos mais significativos do desemprego durante este mês foram, em primeiro lugar, o setor das «atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio», com 3.256 (+4,1%) pessoas a ficar desempregadas, setor que já tem vindo a sofrer aumentos no número de desempregados nos últimos meses.
O desemprego também aumentou significativamente na «administração pública, educação, atividades de saúde e apoio social», com 2.557 pessoas desempregadas a mais no mês de agosto (+13,2%). Esses dois setores juntos («atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio» e «administração pública, educação, atividades de saúde e apoio social») explicam mais da metade (53%) do aumento do desemprego registado em agosto de 2023.
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