Entrevista com José Paulo Pinto, Gestor-Coordenador da Tektónica
“A Tektónica 2025 continua a sua trajetória de crescimento”, afirma em entrevista à AIPOR, José Paulo Pinto, Gestor-Coordenador da feira.
27 de fevereiro, 2025
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Crédito da Foto: Tektónica
AIPOR - Quais as expectativas para a edição de 2025 da Tektónica?
José Paulo Pinto - As expectativas para a edição de 2025 são muito positivas, e vamos seguramente superar os números do ano passado, tanto em termos de visitantes como de empresas participantes. A Tektónica 2025 continua a sua trajetória de crescimento, reforçando o seu papel como principal evento do setor da construção em Portugal. Este ano, contamos com um número ainda maior de empresas e líderes de mercado, incluindo um crescimento significativo no número de expositores internacionais. Além das empresas que já marcam presença regularmente na Tektónica e que demonstram um elevado grau de fidelização, temos assistido a uma forte adesão de novas empresas que reconhecem a importância do evento como um veículo estratégico para a projeção dos seus produtos, equipamentos e serviços. As previsões apontam para um crescimento significativo, podendo o número de expositores ultrapassar as 400 empresas. A feira mantém a sua transversalidade, abrangendo todas as áreas da construção, e apresenta como novidade o lançamento de dois novos setores: novos sistemas construtivos e novos materiais, destacando soluções inovadoras e sustentáveis para o setor e o Smart Building, focado em tecnologias e soluções inteligentes para a construção e gestão de edifícios.
AIPOR - Os temas da edição passada foram as grandes linhas da sustentabilidade, eficiência energética e inovação. Qual o foco da Tektónica em 2025?
José Paulo Pinto - Os temas debatidos na edição passada da Tektónica, como sustentabilidade, eficiência energética e inovação, continuam a ser linhas estratégicas fundamentais para o setor da construção e para a Tektónica que, em 2025, mantém esse compromisso, acompanhando a evolução destas temáticas e aprofundando a discussão sobre os desafios e oportunidades que moldam o futuro da indústria. A inovação e a digitalização estarão novamente em destaque, com enfoque em tecnologias emergentes, inteligência artificial e automação na construção. Paralelamente, a sustentabilidade segue como um eixo central, abordando novas práticas e materiais ecológicos, eficiência energética e estratégias para a redução da pegada ambiental das construções. Além disso, destacamos uma edição renovada e melhorada dos Prémios Tektónica Inovação, que continuam a distinguir os produtos mais inovadores do mercado. O júri, composto por entidades de referência no setor, terá a missão de identificar e premiar as soluções que se destacam pela inovação e impacto. Esta distinção representa uma excelente oportunidade para as empresas projetarem as suas marcas e produtos, reforçando a sua posição no mercado.
“Crescimento muito significativo”
AIPOR - Sobre as empresas que estarão presentes, qual a sua dimensão e que setores estão mais representados?
José Paulo Pinto - Como já referido, a Tektónica este ano verifica um crescimento muito significativo, passando de 2 para 3 pavilhões de exposição. Esta situação resulta do facto das empresas reconhecerem valor na sua participação, reforçando, no caso das empresas participantes nas edições anteriores, a sua presença nesta edição com áreas de exposição de maior dimensão. Por outro lado, confirma-se a entrada de novas empresas. Este crescimento é transversal a todos os setores presentes na feira, no entanto verificou-se de forma mais vincada nos setores da Eficiência Energética e dos Novos Processos Construtivos e Novos Materiais, resultado das caraterísticas inovadoras e tecnológicas das empresas portuguesas.
AIPOR - Neste momento qual é a taxa de participação de expositores em comparação com o mesmo período do ano passado?
José Paulo Pinto - A evolução dos expositores para esta edição de 2025 representa um crescimento de cerca de 20% face à última edição, refletindo-se este crescimento tanto nos expositores nacionais quer internacionais, contando a Tektónica desde já com a presença de empresas de Espanha, Itália, França, Alemanha, Polónia, Reino Unido, Países Baixos, Suíça, entre outros.
AIPOR - Que atividades paralelas e conferências destaca nesta edição?
José Paulo Pinto - A Tektónica contará com um conjunto de atividades paralelas e conferências que reforçam o seu papel como ponto de encontro estratégico para o setor da construção. Entre os destaques desta edição, voltamos a contar com as Tektónica Talks, um espaço essencial para a partilha de conhecimento e debate sobre temas cruciais para o futuro do setor. A sustentabilidade continuará a ser um dos grandes eixos estratégicos, com painéis dedicados a novos materiais ecológicos, eficiência energética e estratégias para construções mais sustentáveis. Outro destaque é a capacitação e formação contínua dos profissionais, através de sessões que exploram as mais recentes tendências e exigências do mercado. O evento também trará discussões sobre a evolução das regulamentações e normativas, ajudando empresas e profissionais a adaptarem-se às novas exigências em segurança, certificação energética e construção sustentável. Além das conferências, a Tektónica 2025 apostará em espaços dedicados ao networking, onde os participantes poderão criar oportunidades de negócio e estabelecer parcerias estratégicas. Todas estas iniciativas reforçam o compromisso da Tektónica em acompanhar as transformações do setor e oferecer conteúdos relevantes para empresas, profissionais e decisores.
AIPOR - Quanto ao ambiente económico, e tendo em conta a robustez do setor da Construção, que conta igualmente com fragilidades decorrentes da conjuntura económica internacional, de que forma a Tektónica será um impulso para esse desafio?
José Paulo Pinto - Num contexto económico global desafiante, a Tektónica assume-se como uma plataforma essencial para impulsionar o setor da construção, promovendo inovação, conhecimento e oportunidades de negócio. A construção mantém-se como um dos pilares da economia, demonstrando robustez, mas enfrenta também fragilidades decorrentes da conjuntura internacional, como a inflação dos materiais, a escassez de mão de obra qualificada e a necessidade de adaptação a novas regulamentações ambientais e energéticas. Neste cenário, a Tektónica desempenha um papel estratégico, reunindo empresas, especialistas e decisores para debater soluções e antecipar tendências que garantam a competitividade do setor. Além disso, a feira cria um ambiente propício para a geração de negócios e parcerias, proporcionando um espaço onde empresas podem apresentar as suas inovações, contactar potenciais clientes e expandir a sua presença no mercado nacional e internacional. A troca de experiências e a partilha de conhecimento permitem não só mitigar os impactos da conjuntura económica, mas também transformar desafios em oportunidades de crescimento e modernização.
AIPOR - No que respeita aos compradores internacionais, o que destacaria este ano?
José Paulo Pinto - A componente dos compradores internacionais continua a ser essencial na estratégia da feira, reforçando o seu papel como plataforma de negócios e internacionalização para as empresas do setor da construção. A Tektónica mantém o seu compromisso em atrair compradores estrangeiros de mercados estratégicos, criando oportunidades para o fortalecimento das relações comerciais entre empresas portuguesas e internacionais. Continuamos a trabalhar com o objetivo de atrair decisores e importadores de mercados-chave, privilegiado a Europa, África e América Latina, regiões com grande potencial para a exportação de materiais, soluções tecnológicas e serviços ligados à construção. A feira continuará a proporcionar um ambiente propício para encontros B2B, networking e geração de novas parcerias, permitindo que expositores e visitantes explorem oportunidades de negócio, especialmente em mercados com forte procura por soluções inovadoras e sustentáveis na construção.
Parceria Tektónica-AIPOR: o papel fundamental das associações setoriais
AIPOR - A AIPOR é, mais uma vez, um parceiro da Tektónica. Como avalia esta parceria e que mais-valias traz ao mercado?
José Paulo Pinto - A parceria entre a Tektónica e a AIPOR destaca o papel fundamental das associações setoriais no fortalecimento do setor como um todo. As associações desempenham um papel essencial na ligação entre a indústria e o mercado, promovendo o desenvolvimento sustentável do setor, representando os interesses das empresas e contribuindo ativamente para a sua modernização e competitividade. A colaboração com a AIPOR permite ampliar a presença de profissionais e decisores na feira, criando um ambiente propício para novas sinergias e oportunidades de negócio. Além disso, a associação, com o seu conhecimento especializado e proximidade promove conteúdos relevantes, formação especializada e iniciativas que ajudam as empresas e os profissionais a adaptarem-se às exigências do mercado. A continuidade desta parceria demonstra o compromisso da Tektónica em trabalhar lado a lado com as associações para impulsionar o setor e oferecer às empresas ferramentas e conhecimento que as ajudem a crescer num mercado cada vez mais exigente e competitivo.
AIPOR - Por fim, que diagnóstico traça do setor da Construção e Obras Públicas em Portugal e o que espera para este ano?
José Paulo Pinto - O setor da Construção e Obras Públicas em Portugal continua a desempenhar um papel crucial na economia, mantendo um crescimento sustentado apesar dos desafios impostos pela conjuntura nacional e internacional. A habitação, as infraestruturas e a reabilitação urbana continuam a ser motores essenciais da atividade, impulsionados por investimentos públicos e privados, bem como por fundos europeus que fomentam a modernização e a transição para uma construção mais sustentável e eficiente. No entanto, persistem desafios significativos, como a escassez de mão de obra qualificada, o aumento dos custos dos materiais e a necessidade de adaptação às novas exigências ambientais e regulamentares. A digitalização, a automação e a implementação de soluções inovadoras, são fatores que ganharão ainda mais relevância este ano, permitindo às empresas aumentar a eficiência e a competitividade. Para 2025, espera-se que o setor continue a demonstrar resiliência e capacidade de adaptação, com um foco crescente na sustentabilidade e na eficiência energética. O cumprimento das metas ambientais e a necessidade de reduzir a pegada de carbono levarão a uma maior aposta em materiais ecológicos, soluções construtivas inovadoras e novos modelos de financiamento. A Tektónica 2025 será um reflexo destas tendências, oferecendo um espaço privilegiado para discutir os desafios e oportunidades do setor, apresentar soluções inovadoras e promover um ambiente de negócios dinâmico. Mais do que nunca, o evento assume um papel estratégico na conexão entre empresas, profissionais e decisores, contribuindo para a construção de um setor mais forte, competitivo e preparado para o futuro.
Recorde-se que a Tektónica - Feira Internacional de Construção decorre na FIL, em Lisboa, de 10 a 12 de abril.
A AIPOR - Associação dos Instaladores de Portugal é parceira da feira.
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Crédito da Foto: Tektónica
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Crédito da Foto: Tektónica