Passaporte Digital de Produto vai revolucionar a indústria

Conclusão saiu de Encontro Ibérico dedicado à indústria

26 de novembro, 2025
Passaporte Digital de Produto vai revolucionar a indústria
Crédito da Foto: Pixabay
No primeiro Encontro Ibérico de Normalização, realizado a 28 de outubro, Portugal e Espanha posicionaram-se na vanguarda da maior transformação industrial da Europa: a implementação do Passaporte Digital de Produto (PDP).
Organizado pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ) em parceria com a Associação Espanhola de Normalização (UNE), com o apoio da GS1 Portugal, o evento destacou a colaboração ibérica como um motor para garantir a rastreabilidade, circularidade e transparência que irão definir o futuro dos produtos no mercado único.

O encontro reuniu mais de 300 participantes, entre representantes de empresas, associações e entidades públicas.

A sessão de abertura foi marcada por um forte alinhamento estratégico. O Secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, trouxe a perspetiva governamental, salientando o impacto económico do PDP como uma garantia de acesso e valor que prepara as pequenas e médias empresas (PME) para os desafios dos mercados internacionais.

Esta visão foi partilhada por João Pimentel, Presidente do Instituto Português da Qualidade (IPQ), que sublinhou que a normalização é uma construção coletiva baseada em conhecimento e confiança. A aliança foi reforçada por Javier Garcia, Diretor-Geral da Associação Espanhola de Normalização (UNE), que destacou a ambição comum de aumentar a competitividade das empresas através de alianças estratégicas.

A visão da Comissão Europeia: desafios e um calendário a cumprir

A perspetiva regulatória da União Europeia foi detalhada por Óscar Nieto, Policy Officer na DG Grow da Comissão Europeia, que focou os desafios e o calendário de implementação. Nieto explicou que o PDP vai funcionar como uma «dentidade digital» para cada produto, permitindo que a informação que antes estava dispersa agora se torne transparente, acessível e legível por máquinas. O objetivo é transformar uma obrigação legislativa num valor acrescentado, com benefícios claros para a economia circular, para o consumidor e para o mercado. O sistema funcionará com base num registo central em que as empresas vão registar os seus produtos, sendo a informação depois acedida através de um código (como um QR Code) no próprio produto.

Relativamente ao calendário, foi adiantado que as primeiras normas harmonizadas para o PDP deverão surgir em 2027, sublinhando a urgência e a oportunidade para o trabalho de normalização.