A importância da eficiência energética nos edifícios

Os consumos são cada vez mais uma necessidade a ter em conta

9 de junho, 2021
A importância da eficiência energética nos edifícios
Na sequência do Protocolo de Quioto e da necessidade de redução das emissões de CO2 associadas aos consumos energéticos dos edifícios na União Europeia, a transposição da diretiva europeia para a legislação portuguesa, em 2006, tornou imperativa a implementação de requisitos mínimos aplicáveis na construção de edifícios novos ou nas obras de reabilitação em edifícios sujeitos a grande intervenção.
Apesar da legislação nacional prever, desde o início da década de 90, uma primeira base regulamentar com vista ao conforto térmico e à qualidade da construção em geral, a implementação de requisitos após a transposição da referida diretiva ditou que, a partir dessa data, a conceção de edifícios novos ou das grandes reabilitações se focasse numa maior qualidade das soluções construtivas com vista à promoção de condições de conforto térmico e qualidade do ar interior dos espaços, bem como na redução das necessidades e dos consumos energéticos dos edifícios.

Gradualmente, os requisitos de qualidade térmica e de desempenho energético dos edifícios têm vindo a ser revistos, sendo cada vez mais exigentes e abrangendo cada vez mais edifícios. Os requisitos que em 2006 apenas eram aplicáveis a construção nova e grandes intervenções, em 2015 passaram a ser aplicáveis a qualquer intervenção desde que intervencionado um componente do edifício com impacto no desempenho energético, fosse uma parede exterior ou uma janela. A exigência sobre o desempenho energético dos edifícios continua a aumentar e desde 1 de janeiro de 2021 que todos os edifícios novos devem ser NZEB.


Mas o que são afinal edifícios NZEB?

Os NZEB são edifícios concebidos de forma a garantirem conforto térmico aos seus utilizadores sem necessidade ou com pouca necessidade de recorrer a equipamentos de climatização, apenas com soluções construtivas otimizadas mantendo a qualidade do ar interior. Existem, porém, zonas climáticas em que o recurso a equipamentos de climatização é essencial ainda que reduzido, nesses edifícios os equipamentos a instalar devem ser eficientes e sempre que possível recorrer a energias provenientes de fontes renováveis. Também a mobilidade elétrica surge na ordem do dia. A partir de 1 de julho, todos os edifícios novos devem garantir infraestrutura para postos de carregamento de veículos elétricos.

É visível a redução de consumo de energia fóssil e o aumento do consumo de energia renovável, numa fase inicial fruto de uma obrigação legislativa, mas que atualmente assenta numa mudança no paradigma da construção muito acentuada pela perceção da mais valia destes sistemas, quer por parte dos construtores quer por parte dos proprietários.

Os edifícios em Portugal têm, desta forma, evoluindo em linha com as metas e compromissos assumidos com a comissão europeia, aproximando cada vez mais o parque edificado de um parque NZEB.

Decorridos 12 anos da obrigação da certificação energética para todos os edifícios aquando da venda ou arrendamento, a ADENE dispõe de uma base de dados que permite concluir que cerca de 50% dos imóveis certificados apresentam uma classe energética pouco eficiente com classes que variam entre F e D.

Por outro lado, foram identificadas pelos técnicos mais de 2.6 milhões de medidas de melhoria de eficiência energética que se implementadas nos edifícios permitem que 2/3 dos imóveis certificados atinjam classes C ou até B- (classe mínima para edifícios novos).

Mas a grande mais valia da subida da classe é a redução da fatura energética uma vez que a subida para a classe C ou B- representa em média uma redução dos consumos estimados para o aquecimento e para o arrefecimento em cerca de 44% e 75% respetivamente.

Fonte: oinstalador.com