Especialistas antecipam que esperança média de vida aos 65 anos deverá voltar a cair, no triénio que termina este ano, por causa da pandemia, o que abre a porta a um novo recuo da idade da reforma.
A idade normal de acesso à pensão deverá voltar a cair, por causa da pandemia. Basta que a esperança média de vida aos 65, encolha um mês, no triénio que termina este ano, para que a idade da reforma que será aplicada em 2024 diminua face à que já se sabe que será posta em prática em 2023 e os especialistas consideram que esse cenário é “aceitável” e “provável”.
Até 2013, a idade normal de acesso à pensão de velhice estava fixada em 65 anos, mas em 2014 aumentou para 66 anos e a partir daí passou a ser atualizada anualmente, em função da esperança média de vida aos 65 anos.
Por exemplo, foi por via da aplicação dessa fórmula que se apurou que, tendo a esperança média de vida caído quatro meses, no triénio terminado em 2021, a idade de acesso à pensão em 2023 será de 66 anos e quatro meses, menos três menos do que a idade da reforma em vigor.
Ora, uma vez que o triénio que termina este ano abrange o período entre 2020 e 2022 – todo ele passado em pandemia –, os especialistas antecipam que a esperança média de vida aos 65 anos deverá voltar a cair, até porque os dados relativos aos primeiros meses deste ano indicam que a mortalidade continua acima do período pré-Covid-19.
“Há uma forte probabilidade de haver uma redução da esperança média de vida, uma vez que o triénio apanhou o ano de 2019, que foi relativamente mais benévolo do que 2022, em termos de mortalidade”, adianta Miguel Coelho, professor universitário e antigo dirigente do Instituto de Segurança Social.
Fonte:
jornaleconomico.pt