Estudo: os milhões da IA na economia portuguesa

Estima-se que a adoção da IA desencadeie um crescimento de 61 mil milhões de euros na economia portuguesa

6 de fevereiro, 2024
Estudo: os milhões da IA na economia portuguesa
«Desbloquear as Ambições da Europa sobre Inteligência Artificial (IA) na Década Digital» é um estudo independente da Strand Partners encomendado pela Amazon Web Services (AWS).
Em traços gerais, o estudo concluiu que 35% das empresas em Portugal já adotou a tecnologia de IA, um crescimento de 25% desde 2022.

A manter-se esta taxa de adoção da IA em Portugal, o impacto económico total estimado da adoção de tecnologias (em VAB) chegaria, até 2030, aos 61 mil milhões de euros, indica o estudo.

No entanto, o relatório sugere que, para tirar partido de todo o potencial da IA, Portugal tem de resolver três questões críticas: criar um ambiente favorável à inovação; colmatar o défice de competências digitais no país; e garantir que as empresas de todas as dimensões têm acesso às tecnologias mais recentes.

Portugal
  • 35% das empresas portuguesas adotou tecnologias de IA em 2023, comparativamente a 28% em 2022 – uma taxa de crescimento de 25% em apenas um ano
  • O aumento da taxa de adoção de tecnologias digitais avançadas, em particular da IA, poderá desbloquear 61 mil milhões de euros para a economia portuguesa
  • As empresas aumentaram os seus investimentos em tecnologia digital em 61% desde setembro de 2022 – dez pontos percentuais acima da média europeia (51%)
  • 87% das empresas já ouviu falar de tecnologias de IA e 35% conhece bem estas tecnologias
  • 71% das empresas afirma que as dificuldades em contratar RH com boas competências digitais estão a atrasar o seu crescimento – em comparação com uma média europeia de 44%. 
  • Uma percentagem significativa de 60% dos cidadãos portugueses considera que a Inteligência Artificial pode ser fundamental para resolver problemas globais, tais como as alterações climáticas.

A tecnologia da cloud é a base para a adoção de tecnologias digitais e de IA

As ambições digitais de Portugal são sustentadas por um maior investimento em tecnologia digital. As empresas portuguesas ultrapassaram as suas congéneres europeias, aumentando no último ano o seu investimento no digital em 61% – mais dez pontos percentuais do que a média europeia de 51%. 

Neste investimento no digital, a computação na cloud é decisiva. A adoção da cloud entre as empresas portuguesas cresceu para 27% em 2023, sendo que a maioria das empresas (81%) já ouviu falar da tecnologia, um pouco inferior à média europeia de 85%. Estas referem que o principal benefício é o apoio a práticas de trabalho à distância ou flexíveis – 60% das empresas portuguesas assinalou este benefício específico, em comparação com 50% em toda a Europa.

Neste último ponto, o papel de empresas como a AWS, que entre 2017 e 2022, investiu mais de 21 mil milhões de euros no futuro económico e digital da Europa, através de infraestruturas periféricas e de computação da cloud, é essencial.

Falta de competências digitais trava o investimento

Para uma adoção plena das tecnologias, as empresas referem com maior frequência a falta de competências digitais, sendo que apenas uma minoria (19%) das empresas considera fácil recrutar recursos humanos com as competências digitais adequadas.  Estes dados confirmam-se no facto de 71% das empresas portuguesas afirmar que as dificuldades em contratar pessoas com boas competências digitais estão a travar o crescimento da sua atividade, quando a média europeia é de 44%. 

Com a Comissão Europeia a ficar oito milhões aquém do seu objetivo, de ter pelo menos, 20 milhões de pessoas empregadas como especialistas em TIC até 2030, resolver esta lacuna de competências é fundamental para a democratização eficaz da tecnologia de IA em toda a Europa.

Tendo em conta este contexto, não é de surpreender que mais de um terço (34%) dos cidadãos em idade ativa considere que a sua falta de competências digitais constitui um obstáculo às oportunidades de emprego. Por outro lado, 74% das empresas portuguesas prevê que, em apenas cinco anos, as competências digitais ultrapassarão as qualificações universitárias tradicionais em termos de importância para a maioria das funções.

«Portugal depara-se com uma oportunidade sem precedentes», afirma Suzana Curic, a nova Country Leader da AWS em Portugal e Espanha. «As empresas reconhecem as vantagens da IA para o seu crescimento e produtividade, enquanto as pessoas reconhecem o seu poder de transformar a forma como vivem e abordam os maiores desafios da sociedade. Para alcançar todo o potencial da Inteligência Artificial, é essencial que Portugal disponibilize o apoio correto à estratégia das competências digitais e à segurança regulamentar, de modo a apoiar as ambições das empresas e dos cidadãos», garante. 
Estudo: os milhões da IA na economia portuguesa