Falta de estratégia do Governo e fragilidade da banca põem em causa medidas económicas anti-crise

20 de maio, 2009
A Associação dos Instaladores de Portugal (Aipor) alerta para que as  medidas que têm vindo a ser anunciadas pelo Governo, com o objectivo da sustentabilidade das empresas neste momento de grave desequilíbrio financeiro em que se encontram, não estão a produzir os efeitos esperados, sobretudo por duas razões principais.
A primeira razão - e que é decisiva - prende-se com o facto de essas medidas estarem a passar pelo filtro da banca, que, debilitada como está, as tem vindo a sujeitar às suas próprias incapacidades. Veja-se o caso do PME Invest - agora anunciado o PME Invest 4 - em que nenhum banco utilizou o mesmo critério para disponibilizar fundos, apesar do inquérito/processo ter sido definido pelo IAPMEI e o risco da banca ser reduzido através do seguro de crédito. Ou seja, mesmo que a empresa tenha direito à operação e o risco seja reduzido, o banco apenas empresta na medida em que assim o entenda ou possa.

A segunda razão, no entender da Aipor, é a não articulação das medidas económicas numa estratégia consistente, ouvidas que sejam as associações empresariais.

Relativamente a outras medidas, igualmente importantes - como seja a nacionalização da Cosec, a regulação dos procedimentos relacionados com as garantias bancárias solicitadas arbitrariamente à Construção Civil ou aos Instaladores pelos seus clientes, o apoio a fusões e aquisições (visando dar dimensão às pequenas e médias  empresas), o  acesso a fundos específicos para os diversos sectores e a disponibilização de capital de risco - podem não produzir os efeitos pretendidos se não forem dirigidos directamente às empresas,sob  
controlo de organismos governamentais independentes.

Há que ser muito  claro: Ou o Governo direcciona separadamente as ajudas destinadas ao  sector financeiro e ao sector económico, visando objectivos estratégicos nogociados, e o País pode ter alguma esperança de travagem da crise, ou não o faz e a esperança é... nenhuma.

A Associação dos Instaladores de Portugal quer a defesa e a promoção em condições dignas da actividade que os seus associados desenvolvem no subsector da Construção Civil, genericamente designado por Instalações Técnicas Especiais, nomeadamente as instalações de electrotecnia, de mecânica e de electromecânica.