Contração do setor de máquinas na Europa e nos EUA em 2024

Crédito y Caución prevê uma recuperação global da atividade do setor de 5,1% em 2025 e alcançará os 3% na zona euro

5 de setembro, 2024
Contração do setor de máquinas na Europa e nos EUA em 2024
Estima-se, assim, que a produção global de máquinas aumente 0,5% em 2024, de acordo com o último relatório divulgado pela seguradora de crédito.
Esta expansão modesta é apoiada pelo crescimento na Ásia-Pacífico (2,2%), que conseguiu compensar a contração na América do Norte (-0,9%) e na Europa (-2,9%). Por segmentos, o crescimento concentrou-se na produção de máquinas de uso geral (0,9%), enquanto outros subsetores registarão fortes contrações, entre -4% e -6%.

Condições de financiamento mais restritivas e o aumento dos custos dos empréstimos tiveram um efeito negativo sobre as despesas de capital nos principais setores de compra de máquinas na América do Norte e nos EUA. Na zona euro, onde a contração esperada é de -2,9%, a subida das taxas pesou particularmente nas margens de lucro das empresas transformadoras e de construção, afetando negativamente a sua capacidade e vontade de investir em maquinaria e equipamentos conexos.

Para 2025, o relatório prevê uma recuperação global na atividade do setor que intensifica o crescimento da produção para 5,1%, à medida que a Ásia-Pacífico acelera e que há uma recuperação dos resultados nos EUA e na Europa. Na zona euro a recuperação será de cerca de 3%, uma vez que a redução das taxas de juro no segundo semestre de 2024 deverá apoiar o investimento em maquinaria.

Entre os pontos fortes do setor está a automatização de processos na maioria dos setores produtivos, que utilizam cada vez mais robots industriais, o que estimula a procura por máquinas, num contexto de constantes avanços tecnológicos. A impressão digital, a IA, o IIoT e análise de big data estão cada vez mais presentes na fabricação. As empresas aprendem a aproveitar as enormes quantidades de dados gerados pelas suas máquinas e tudo isto deve traduzir-se em maior produtividade, menores custos operacionais e margens mais dilatadas.

Além disso, o setor tem fortes barreiras à entrada. Os operadores mais avançados podem tirar partido da necessidade de grandes investimentos em tecnologia para oferecer aos seus clientes novas máquinas capazes de suportar uma maior variedade de combinações de produtos.

Um dos principais riscos descendentes para o setor é a sua forte vinculação ao ciclo económico. Muitos segmentos de máquinas dependem da procura de setores cíclicos, como a construção e o setor automóvel. Além disso, para manter a competitividade, as empresas de maquinaria têm de enfrentar grandes investimentos e despesas em I+D para oferecer produtos à medida num mercado onde as preferências dos clientes estão em constante mudança. Um terceiro fator que pode condicionar as margens do setor é a volatilidade dos preços das commodities. O setor é altamente sensível à evolução dos preços e à disponibilidade de matérias-primas como o alumínio, o cobre e o aço.

A transição para veículos elétricos levará a mudanças no fornecimento de máquinas para o setor automóvel, com maior ênfase nas baterias e equipamentos elétricos. A procura por máquinas para fabricar cadeias cinéticas convencionais, o conjunto de elementos que produzem movimento e fornecem força de tração às rodas motrizes, enfraquecerá.

Em todas as regiões, a seguradora de crédito espera um abrandamento do crescimento do setor a longo prazo. Isso afetará principalmente a Ásia-Pacífico, onde a mudança da China para uma economia mais orientada para os serviços reduzirá a procura por bens de capital.