Qual é impacto dos veículos elétricos na rede?

INESC TEC identifica os desafios técnicos, operacionais e financeiros

11 de fevereiro, 2021
Qual é impacto dos veículos elétricos na rede?
 Investigadores identificaram os desafios técnicos, operacionais e financeiros a que a rede de distribuição portuguesa terá de dar resposta até 2040.
O INESC TEC concluiu recentemente um projeto de consultoria para a E-REDES (antiga EDP Distribuição), no qual estuda o impacto do aumento de veículos elétricos (VE) na rede de energia nacional e avalia as necessidades de investimento para os próximos vinte anos.

O Grid Plan – Impactos da evolução do VE no planeamento da rede de distribuição parte de cenários de adoção em massa de veículos elétricos em Portugal para antecipar os desafios técnicos, operacionais e financeiros a que a rede de distribuição terá de dar resposta até 2040.

Para a E-REDES, mais carros elétricos nas estradas portuguesas equivalem a mais postos de carregamento, que resultam num aumento do consumo e exigem uma maior capacidade de resposta da rede. Contudo, o aumento do consumo poderá ser parcialmente colmatado pela integração de painéis fotovoltaicos e dispositivos de armazenamento, se estes forem utilizados de forma coordenada com as necessidades da rede.

O principal objetivo do estudo passa, assim, pela definição de uma estratégia de desenvolvimento e reforço da rede de energia que permita à E-REDES otimizar o investimento e preservar a qualidade do serviço mesmo em contexto de maior procura.


Cenários futuros de difusão das tecnologias permitem antecipar os problemas na rede

No âmbito do Grid Plan, o INESC TEC desenvolveu programas de simulação computacional que determinam os impactos dos VE numa seleção de redes elétricas típicas, que a E-REDES identificou como sendo representativas da rede de distribuição nacional.

Com base nas previsões internas da E-REDES, no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica em 2050 e nos dados de outras entidades de relevo internacional, como a ENTSO-E, definiram-se um conjunto de cenários de integração das tecnologias mencionadas para os próximos 20 anos, que foram posteriormente analisados com os programas desenvolvidos.

Os resultados recolhidos permitiram determinar os principais problemas de operação de rede que surgirão até 2040 e também identificar as necessidades de investimento para esse horizonte temporal.


Consumidores também beneficiam

Ainda que direcionado para a operadora portuguesa, o planeamento atempado do desenvolvimento da rede elétrica também tem impacto para os consumidores. Por um lado, uma rede mais robusta garante uma melhor qualidade de serviço e menos interrupções no fornecimento de energia; por outro, um desenvolvimento e planeamento atempado e otimizado permite reduzir os custos de investimento e, ainda que indiretamente, beneficiar o consumidor final ao nível da evolução das tarifas de eletricidade.

O Grid Plan foi concluído em pouco mais de um ano e os resultados vão auxiliar a E-REDES na definição da estratégia para 2030 e 2040.

Fonte: noticias.up.pt