Europa gastou mais de meio bilião com a crise energética

Cálculos do centro de estudos económicos Bruegel

23 de setembro, 2022
Europa gastou mais de meio bilião com a crise energética
A despesa com medidas para o combate à crise energética aumentou consideravelmente no espaço de menos de um mês, segundo as contas do centro de estudos económicos Bruegel.
O centro de estudos económicos Bruegel contabiliza que, no ano que se estende entre setembro do ano passado e o deste ano, os países europeus já gastaram 529 mil milhões de euros em medidas para enfrentar a crise energética. Um aumento para quase o dobro face ao final de agosto, quando o mesmo estudo dava nota de apenas 280 mil milhões. Portugal não é incluído neste cálculo.

O mais “generoso” foi o Reino Unido, tanto em valores absolutos (178,4 mil milhões de euros) como em percentagem do PIB (6,5%). Há menos de um mês, os Estados mais gastadores eram a Alemanha (60 mil milhões de euros), Itália (49,5 mil milhões) e França (44,7 mil milhões).

Fonte: eco.sapo.pt

O Bruegel fez ainda um levantamento das medidas já implementadas, propostas e em discussão nos vários países, e há duas que se destacam com maior adesão. Em primeiro lugar, as transferências para grupos vulneráveis que, dos 29 países analisados, apenas três ainda não adotaram: Malta, Hungria e Bulgária. Em segundo lugar, a redução de impostos sobre a energia, como o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), foi também largamente adotada, com apenas seis dos 29 países a ficarem de fora. São eles: Reino Unido, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Dinamarca e Hungria.

Entre as medidas menos populares está a regulação dos preços do mercado grossista, a qual se verifica apenas em Portugal, Espanha e França. Na Península Ibérica, em abril de 2022, a Comissão Europeia autorizou Portugal e Espanha a desvincularem os preços da eletricidade dos do gás através da aplicação do mecanismo ibérico: um mecanismo que introduz um limite aos preços do gás usado para a produção de eletricidade, conseguido através de um subsídio pago pelos beneficiários, descendo os preços a que a eletricidade é vendida por produtores a comercializadores, o que influencia indiretamente os preços da fatura da luz da maior parte dos consumidores.