«Temos confiança que em 2023 teremos uma das maiores edições da Tektónica»

Entrevista a José Paulo Pinto, Gestor da Tektónica - Feira Internacional da Construção

Redação AIPOR
14 de abril, 2023
José Paulo Pinto, Gestor da Tektónica - Feira Internacional da Construção
José Paulo Pinto, Gestor da Tektónica - Feira Internacional da Construção
José Paulo Pinto, Gestor da Tektónica - Feira Internacional da Construção, antecipa em entrevista à AIPOR, a edição da Feira que decorre na FIL, em Lisboa, de 4 a 7 de maio. Eficiência energética, sustentabilidade, renováveis e inovação são os eixos centrais da feira de Construção líder em Portugal e que, em 2023, chega à sua 25.ª edição. O responsável encara com muito otimismo o certame e revela que a área de exposição já duplicou em relação a 2022.
Tektónica - Feira Internacional da Construção
Tektónica - Feira Internacional da Construção
AIPOR - Quais as expectativas para a edição 2023 da Tektónica, nesta que é a 25ª edição. Sendo um marco, teremos uma edição especial?
José Paulo Pinto - Temos confiança que em 2023 teremos uma das maiores edições da Tektónica. A edição deste ano, que será a 25ª edição, vai superar largamente as expectativas iniciais tanto em número de expositores, como em área ocupada. A Tektónica mais do que duplicou relativamente à última edição, irá ocupar mais de 22.000 m2. Em destaque, o crescimento de participações, contando esta edição já com cerca de 200 empresas inscritas. Destas, 29% são empresas que participam pela primeira vez e cerca de 30% são empresas que retomam a sua participação no evento, sendo muitos destes regressos de empresas líderes no mercado nacional dos vários setores que compõem a oferta da feira, um sinal claro de que a Tektónica está em linha com a evolução prevista em termos de mercado. Também na vertente internacional, verifica-se a presença de um número significativo de empresas de países como Bélgica, Espanha, França, Índia, Itália, Polónia, Suíça. Todos os setores de exposição da Tektónica serão o palco para a participação de grandes Empresas e Marcas líderes do mercado. Em termos setoriais verificamos uma excelente representatividade em todos os setores que compõem a oferta da Tektónica. No setor dos Pavimentos e Revestimentos, é com agrado que recebemos algumas empresas novas e outras que voltam a participar no evento; também o setor dos Materiais, Máquinas e Equipamentos terá uma presença muito significativa, em linha com as necessidades e novas oportunidades que se perspetivam para Portugal nos próximos anos, resultante da aplicação das medidas do PRR e onde estão identificadas infraestruturas relevantes no âmbito do setor da construção, que seguramente terão impacto neste setor. Nos setores emergentes da Energia, Eficiência Energética, Sustentabilidade, a Tektónica vê aumentada a área de exposição dedicada a estas áreas, onde a Inovação e a aplicação de Tecnologias, são a componente de diferenciação na indústria da construção e de elevada importância para uma maior competitividade e produtividade das empresas com impacto direto no desenvolvimento de produtos, materiais e soluções que podem e vão alterar os padrões de qualidade, conforto e segurança na construção.    
 
AIPOR - Qual o tema central da edição deste ano?
José Paulo Pinto - Sendo um evento multissetorial, tentaremos refletir uma abordagem também ela multissetorial, destacando o setor na sua máxima abrangência. De facto, as grandes linhas da sustentabilidade, eficiência energética e inovação, são fatores de diferenciação na indústria da construção e de elevada importância para uma maior competitividade e produtividade das empresas. Tanto a Eficiência Energética como as Energias Renováveis são os pilares da política Energética Sustentável, tema amplamente discutido e cada vez mais presente na Tektónica, não só através da participação de novas empresas com soluções inovadoras e de relevância para as metas que Portugal se propõe atingir, como também na atividade mais académica e de investigação e cujas entidades reconhecem na Feira, o palco de excelência para a divulgação e partilha de conhecimentos. Por sequência, temas como a sustentabilidade, o conforto, a qualidade de vida e a redução de custos energéticos são elementos que nunca fizeram tanto sentido debater como agora. Estas grandes temáticas continuam atuais mas há outros setores em exposição que também vão estar em evidência e os temas estão em desenvolvimento por parte das entidades parceiras que se juntam a nós.
 
BIM e nZEB em destaque
 
AIPOR - Que atividades paralelas e conferências destaca nesta edição?
José Paulo Pinto - Podemos já destacar o BIM - Building Information Modeling, cuja organização está a cargo da Buildind Smart Portugal e que desenvolverá durante a Tektónica, o Building Smart Tekday. Tem como objetivo funcionar como ponto de encontro entre a comunidade openBIM nacional e internacional, no sentido de definir padrões e serviços que garantam um futuro mais sustentável, produtivo e colaborativo para a indústria da construção em Portugal. Também já confirmado por parte do LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia, a realização de dois workshops: «Design Bioclimático, um caminho para o nZEB», dedicado a apoiar o reforço de competências e qualificações profissionais da cadeia de valor nZEB e dirigido a engenheiros, projetistas, arquitetos e estudantes e professores universitários; e «Competências comuns na construção nZEB»,  com a divulgação  dos conceitos comuns, objetivos, obstáculos, mecanismos de financiamento e legislação sobre a implementação das metas nacionais de edificado nZEB, dirigido aos stakeholders do mercado da construção, fabricantes, construtores, donos de obre e instaladores, promotores, financiadores e municípios. Por parte das entidades associativas do setor estão a ser preparados workshops e seminários técnicos, cujo programa detalhado será brevemente disponibilizado no site da Tektónica.
 
AIPOR - A nível de expositores, neste momento, qual a barreira já alcançada e comparativamente à edição anterior, quais as expectativas?
José Paulo Pinto - Tal como já referido anteriormente, temos confiança que em 2023 teremos uma das maiores edições da Tektónica superando largamente as expectativas iniciais tanto em número de expositores, como em área ocupada, já que duplicámos a área de exposição relativamente a 2022. Neste aumento de participações nesta edição temos de destacar a presença de muitas empresas novas, cerca de 29% e muitos regressos de empresas que já tinham participado em edições anteriores e que neste período mais conturbado não o puderam fazer.
 
AIPOR - Tendo em conta a conjuntura económica que se vive no País e na Europa, em que ponto avalia neste momento o setor da Construção e Obras Públicas e que mais-valias pode a feira dar às empresas e ao mercado?
José Paulo Pinto - Neste momento as empresas ainda enfrentam muitos desafios. No entanto, o mercado em Portugal já apresenta indícios de alguma recuperação económica. Esta dinâmica reflete-se nos dados estatísticos setoriais e nacionais, onde o setor da construção continua a ser um dos mais dinâmicos em Portugal e aquele que contribui de forma significativa para a balança comercial e no seu contributo para as exportações. São vários os setores que compõem a fileira da Construção e embora cada um deles tenha os seus próprios desafios, todos apresentam sinais favoráveis. Temos assistido a uma grande dinâmica e capacidade de resiliência por parte das empresas, que apesar dos desafios constantes, continuam a diferenciar a Tektónica e a apostar no evento como um dos instrumentos ao seu dispor para a identificação de novas oportunidades e de concretização de negócio assim como para a comunicação e divulgação das suas atividades, produtos e serviços. A Tektónica é a feira líder do setor da construção em Portugal. Após o período de pandemia estamos a assistir a um crescimento exponencial do número de empresas que pretendem expor no evento. Os dados que temos também são favoráveis. Com base nos dados de inquérito realizado na edição passada, 87,5% das empresas refere ter atingido com sucesso, os objetivos a que se propunha e para 92% das empresas, a participação na Tektónica perspetivou a realização de negócios a curto e médio prazo. Considerando a opinião dos profissionais visitantes do evento, 74% considera a Tektónica o evento mais representativo do setor em Portugal e 89% que o evento contribui para a projeção e crescimento económico do setor. Um fator também importante é que a Tektónica conta com a colaborarão das várias associações setoriais e ordens profissionais, nomeadamente dos Engenheiros e Arquitetos, que asseguram a comunicação e promovem a visita, em número significativo, de prescritores e compradores profissionais. Estes são dados efetivos que permitem às empresas continuar a apostar neste evento como o Marketplace de network e negócio para apresentar e dar a conhecer as soluções quer ao mercado empresarial quer a particulares. Esta edição vai reforçar o posicionamento da Tektónica como líder do setor em Portugal e transversal a toda a fileira, com a presença das principais empresas dentro de cada segmento.
 
AIPOR - No que respeita aos compradores internacionais, o que destacaria este ano?
José Paulo Pinto - Na vertente internacional, destacamos o Programa de Hosted Buyers, que assegurará as reuniões entre as empresas participantes e compradores internacionais, prevendo-se a participação buyers de mercados como Alemanha, Cabo Verde, Espanha, França, Itália, entre outros. Estimamos que este Programa possa permitir a realização de cerca de 300 reuniões B2B entre compradores internacionais, convidados pela Tektónica, e empresas participantes, que certamente irão resultar em negócios efetivos. O objetivo deste programa é assegurar a presença de compradores qualificados e com poder de decisão. Estamos igualmente a contactar com compradores de várias geografias de forma a podermos receber as visitas habituais de outros profissionais estrangeiros.
 
AIPOR - A internacionalização da Construção portuguesa continua a ser um imperativo da Tektónica? Que impacto pode ter a feira neste segmento?
José Paulo Pinto - A organização irá prosseguir a estratégia de internacionalização e dinamização do evento, quer por via do aumento de presença de empresas estrangeiras a expor, quer através dos encontros B2B com compradores, que serão fundamentais para se atingirem os resultados. Portugal, pela sua posição geográfica, apresenta-se como um excelente mercado para Espanha e a Tektónica constitui uma oportunidade quer para empresas quer para compradores que operam nesta geografia, quer seja entrando diretamente com os produtos no mercado português, quer seja aumentando a sua posição através de distribuidores ou representantes. Há que potenciar a vantagem competitiva da localização e o facto de o mercado espanhol ser uma continuação natural do português e vice-versa. Confirmamos a participação de empresas espanholas, de setores tão diferentes como Climatização, Energia, Tratamento de Resíduos, Pavimentos e Revestimentos e Materiais para a Construção. Também o Programa de Buyers reflete esta importância ao serem incluídos nos convites já efetuados, vários compradores espanhóis qualificados e com poder de decisão. Os compradores profissionais poderão contactar de perto com as empresas portuguesas e ao mesmo tempo, as empresas espanholas que participam diretamente ou que nos visitam, têm a oportunidade de colocar os seus produtos em Portugal.
Tektónica - Feira Internacional da Construção
Tektónica - Feira Internacional da Construção