Consumo de gás natural em Portugal cai 28,2%

Dados sobre Portugal indicam especificações concretas

26 de novembro, 2024
Consumo de gás natural em Portugal cai 28,2%
O consumo mensal acumulado de gás natural recuou 28,2% em Portugal e 17,9% na UE entre agosto de 2022 e abril de 2024. As regras comuns adotadas em 2022 pela Comissão Europeia estabeleceram uma meta de redução voluntária do consumo de gás natural de 15%, face à média dos cinco anos anteriores para os meses considerados. Os dados são do INE - Instituto Nacional de Estatística.
A iniciativa legislativa, para além de visar aumentar a segurança do aprovisionamento energético da UE, tinha também o intuito de garantir a independência dos combustíveis fósseis de origem russa. O impacto na UE foi significativo com as importações em 2022 de gás natural provenientes da Rússia a reduzirem-se em 44,4%, face a 2021. Ainda assim a Rússia mantém-se como o principal fornecedor de gás natural da UE (passou de 40,7% no período 2017-2021 para 21,1% em 2022). Em Portugal a alteração foi marginal (as importações de gás natural provenientes da Rússia passaram de 5,0% no período 2017-21 para 4,3% em 2022) uma vez que o principal fornecedor continua a ser a Nigéria (41,8% em 2017-2021 e 45,2% em 2022).

Com a diminuição da dependência de gás natural proveniente da Rússia, outros países fornecedores ganharam importância. Destaque para os EUA que ganhou peso relativo quer em Portugal (passou de 13,0% no período 2017-2021 para 31,7% em 2022), quer na UE (2,7% no período 2017-2021, que compara com 12,8% em 2022).

Outro fator distintivo de Portugal face à UE é a utilização que é dada ao gás natural. Com base nos dados de 2022 é possível constatar que na UE é maioritariamente disponibilizado para consumo final (62,8%), onde é utilizado sobretudo para aquecimento (setor doméstico foi responsável por 40,6% do consumo final de gás natural) e em Portugal é sobretudo aproveitado para novas formas de energia (63,3%), sendo que o gás natural disponibilizado para consumo final é maioritariamente consumido pela indústria (66,4% do total do consumo final de gás natural), com o setor doméstico a deter um peso muito inferior (16,4%).