Setor da Construção em análise no barómetro da Coface

Insolvências sobem 11% na Europa e risco político global atinge recorde histórico

23 de outubro, 2025
Setor da Construção em análise no barómetro da Coface
Crédito da Foto: Pixabay
A Coface alerta para um agravamento significativo dos riscos económicos e políticos a nível global: as insolvências empresariais na Europa cresceram 11% em 2025 e o risco político mundial atingiu o valor mais elevado de sempre, segundo o mais recente Risk Review da empresa.
Em comunicado, refere-se que a economia mundial resistiu às turbulências comerciais do primeiro semestre de 2025, mas os próximos trimestres deverão evidenciar os efeitos de longo prazo.

O Coface Risk Review de outubro de 2025 analisa as dinâmicas globais, com especial destaque para o agravamento dos riscos sociais e políticos e para os desafios estratégicos enfrentados pelos países do Golfo. Neste contexto, a Coface procedeu a cinco alterações nas Avaliações de Risco País, incluindo quatro revisões em alta, e a dezasseis alterações nas avaliações setoriais, nove das quais positivas. As previsões de crescimento global foram revistas em alta para 2,6% em 2025, seguindo-se 2,4% em 2026. Ao mesmo tempo, as insolvências empresariais nas economias avançadas aumentaram 4% no primeiro semestre, com particular incidência na Europa (+11%) e na região Ásia-Pacífico (+12%).

O Índice de Risco Político e Social da Coface alcançou um máximo histórico de 41,1%, superando o pico registado durante a pandemia e consolidando a instabilidade política como um fator estrutural da economia mundial. Depois de um verão marcado por novos acordos comerciais e pela subida gradual das tarifas norte-americanas, a economia global revelou resiliência. A tarifa média dos Estados Unidos fixou-se em torno dos 18%, após um pico de 36% logo após o Liberation Day, muito acima dos 2,5% registados durante a administração Biden. As empresas conseguiram antecipar, reorientar e absorver o impacto das medidas, beneficiando também do impulso dado pelos investimentos em inteligência artificial. Contudo, começam a surgir sinais de pressão na atividade, no emprego e na inflação nos EUA, que antecipam a transmissão dos efeitos nocivos das tarifas à economia real.

Já as perspetivas regionais mostram contrastes significativos. Os Estados Unidos mantêm-se mais resistentes do que o esperado, apoiados pela procura interna, enquanto a China continua a desacelerar e a zona euro apresenta crescimento anémico, apesar da ligeira recuperação prevista na Alemanha. A Índia destaca-se com um crescimento robusto de 7,6% no primeiro semestre, a Polónia mantém um ritmo sólido de 3,4% e África melhora as suas projeções para 4,1% em 2025. Ainda assim, o risco de escaladas geopolíticas e os efeitos da consolidação orçamental em vários países mantêm elevada a incerteza sobre o desempenho global.