"Claramente ganham saliência as características que remetem para o comportamento e a relação entre o chefiado e o chefe", explica Leonor Pais. "Parece, na cabeça dos portugueses que estudámos, que o chefe ideal é, antes de mais, alguém que investe na qualidade da relação com as pessoas, um dado muito interessante."
Nuno Rebelo dos Santos acrescenta que também se nota que a chamada liderança que dá poder ao liderado será aquela que mais agrada aos inquiridos, numa empatia, amizade, respeito e compreensão que as pessoas, se calhar com frequência, não encontram nos chefes que têm de facto no dia-a-dia, podendo, estes resultados, "ser resultado de experiências negativas".
Leonor Pais admite que a vantagem da característica "compreensivo" os surpreendeu um pouco, dando ideia que "as pessoas têm uma certa necessidade de empatia com alguém que o lidera e que deve ter em conta o seu contexto e circunstâncias de vida pessoais ou profissionais".
Os professores das universidade de Coimbra e Évora sublinham que as competências e os conhecimentos concretos da profissão são mais fáceis de desenvolver do que características comportamentais e traços de personalidade a que, com frequência, as empresas dão pouca importância. "Aliás", conclui Leonor Pais, "há um autor que costuma comparar o perfil comportamental das pessoas a uma montanha" que demora imenso tempo ser moldada.
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